sábado, 31 de janeiro de 2009

O curioso caso de Benjamin e Cynthia.








Preciso entender muitas coisas. Coisas banais principalmente. Manias que eu criei, café, jornal, cheiro de canela, vícios de óculos de grau, observar placas de carro e quais seus municípios (descobri que Feliz Natal no Mato Grosso é uma cidade), azeite, enfim.



Dentre outras, que por mais que eu tente entender, prefiro vivenciar, que é a arte de envelhecer. Prestes a completar 21 anos, pensamentos assim estão frequentemente saltitando em minha mente. Quem vê assim pensa que eu estou criando rugas antecipadamente, mas quando falo aqui não digo sobre o que a lei da gravidade vai se encarregar de fazer, mas como a maturidade vai chegar até a mim e a forma como irei recebê-la.



Para entender um pouco sobre, O curioso caso de Benjamin Button ajuda muito. Vivenciar a infância em um corpo já abalado pelo tempo é uma forma peculiar de ver que a vida realmente segue uma linha certa. Você nasce, cresce, se reproduz, e depois traiçoeiramente morre, no caso do filme tudo vem ao contrário. É muita reflexão para uma sala de cinema.



O filme conta a história de uma criança "nascida sobre circuntâncias incomuns" que vem ao mundo no auge da euforia americana pós I guerra, e que começa a rejuvencer de uma forma inexplicável. Simultaneamente, uma mulher em estado terminal conta à sua filha histórias de sua vida, que tem como protagonista Benjamin. Ao mesmo tempo que um rejuvenesce o outro envelhece, em que em algum momento de suas vidas eles irão se encontrar com a mesma idade, e ai sim, irá começar uma contagem regressiva de ciclos de vida inversos.



É um filme bem estruturado, com algumas tiradas leves de humor e cheio de mensagens. A maquiagem estava perfeita, e pelo pouco que entendo de fotografia também.



Não é pra tanto que o filme foi indicado 13 vezes ao oscar, no qual eu acho um exagero, o filme é bom, ótimo, mas vamos abrir mais portas não é mesmo? As indicações foram as seguintes: melhor filme, melhor diretor, melhor ator,melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro adaptado, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor mixagem de som, melhor trilha sonora original, melhor figurino, melhor edição, melhor efeitos especiais, e ufa, melhor maquiagem. Eu sinceramente não sei em qual aposto, seria injusto uma vez que não assisti nenhum dos outros filmes indicados (que vergonha Cynthia, que vergonha), mas estou aberta a dicas.



Lembrando que o Oscar ocorrerá dia 22/02, e que certamente não será transmitido na TV aberta, pois período de carvanal não se mostra nada além de escola de samba, bunda, passistas, e aqueles carros alegóricos que custam uma fortuna.






Então é isso, tenho de uma porção filmes pra comentar, mas como Benjamin está mais em evidência, decidi fazer um esquenta para o oscar, como também alguma das minhas reflexões. Infelizmente não achei a foto mais linda que achei do filme inteiro que é a que Daisy já na velhice beija os lábios Benjamin bebê. Talvez o cartaz do filme tenha ficado bom.


Aproveitem a leitura e um ótimo final de semana.



segunda-feira, 5 de janeiro de 2009



Durante um ano inteiro você só pensa em trabalhar, trabalhar e ganhar algum $$$ a mais, de repente, ganha uma semana de folga, uma única semaninha para fazer o que bem entender, como um presente de fim de ano.
Muitos pensariam em passar estes preciosos dias descansando ou contando estrelas, eu viajei. Como cinema, viajar é também uma das minhas diversões.
Nada muito longe, aqui vizinho mesmo a 180 km da "capitá". O engraçado é que por mais que eu esteja em lugares diferentes eu gosto de fazer as mesmas coisas, comer as mesmas coisas e andar nos mesmos passos. Com o cinema não poderia ser diferente.
Lá ia eu, passeando, turistando, sem compromisso, e vejo de longe um conglomerado de cartazes, todos à mostra, um templo em minha frente. Exitei. Achei que seria mais interessante conhecer um dos pontos turísticos que constavam no roteiro, dentro de uma cidade que ainda muito tinha para me mostrar. Mas não resisti, vício é vício.
Era um cinema modesto, simples, discreto e sem muitos requintes, mas muito aconchegante. Poltronas altas, grandes e espaçosas, sala pequena e gente silenciosa (nada comparado ao que vejo por aqui, onde cinema é praticamente uma praça). Na dúvida em qual assistir optei (ops, optamos) pela comédia “Se eu fosse você 2”, para mim, a comédia de 2008.
O cinema brasileiro não é o mesmo de 10, 15 anos atrás, tem muita coisa de bom gosto rodando por aí e cego é quem não quer perceber essa evolução. Muitos dizem que o cinema nacional e ruim, decadente e dizer isso na minha frente, você acaba de comprar uma briga.
Voltando ao filme, Tony Ramos e Glória Pires fizeram bonito novamente como o intolerante Cláudio e a espirituosa Helena. Já de início eles estão separados, cada um tentando curtir esta forjada solterice do seu jeito.
Contradizendo aquele ditado de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, eles trocam novamente de corpo, deixando que o humor comece a partir daí.
A graça do filme deve-se principalmente as tiradas de Helena no corpo de Cláudio, pois não que o homem incorporou totalmente?
Tentando vivenciar a separação desta forma curiosa e trocada, a filha de ambos anuncia que está grávida, com mais um conflito que no fim vira comédia.
Chamo atenção para a participação do ilustre Chico Anysio, que vive um rico empresário pai do futuro marido da filha de Cláudio e Helena.
No mais foram risos e mais risos, como toda boa comédia deveria ser.
Como nunca fico satisfeita, não me contento em ver um único filme em um cinema tão bom e calmo. Lá fui eu novamente, assistir “Marley e eu”.
Há mais ou menos um ano e meio ganhei o livro como presente de uma data que não me recordo agora. Li, sem muito sentimentalismo, nunca me simpatizei por cachorros, agora não poderia ser diferente, uma vez que Marley é um protótipo de uma máquina de destruição em massa.
Durante todo o filme, não vi nenhuma cena de afeto mútuo entre o homem e o cão, só bagunça e desastre. Por favor, não me chamem de insensível ou coração de pedra, mas é difícil gostar de algo que come metade da casa, dos móveis, comida e até jóias.
Para não dizer que não gostei, no final eles fizeram aquela cena de que o cão é o melhor amigo do homem e blá blá blá, tudo clichê barato, no que devo confessar que nessa hora eles me pegaram, mas foi só lembrar de tudo que aquele “cão de liquidação” fez para eu cair na real novamente.
Já voltando para casa, em Natal, assisti “Bolt”, mais um filme de cachorro, só que em animação. É bom, leve e criativo.
Por fim, estou assistindo ao filme que foi eleito o melhor filme de todos os tempos “O poderoso chefão II”. Esse aí eu não sei nem por onde começo, mas quem sabe um dia.

Então é isso, uma ótima leitura.

;*